Esôfago de Barrett
Esta condição ocorre em cerca de 10% dos pacientes com doença do refluxo gastroesofágico É caracterizada pela substituição das células normais do esôfago por células de origem gástrica que podem sofrer malignização e se transformar em um câncer de esôfago. O esôfago de Barrett é diagnosticado mediante endoscopia associada à biópsia do tecido local para exame microscópico.
Pacientes portadores de esôfago de Barrett devem realizar endoscopias periódicas com o intuito de monitorar a lesão e detectar precocemente qualquer alteração cancerosa e iniciar o tratamento. O risco de desenvolvimento de uma lesão cancerosa depende do tipo de célula presente no tecido alterado, podendo chegar, em casos graves, a 50% em um intervalo de 3 meses.
Não existe sintomatologia específica. Geralmente são os mesmos da doença do refluxo gastroesofágico. A partir da suspeita clínica, uma endoscopia deve ser solicitada juntamente com a realização de biópsias do local suspeito, para estudo microscópico.
O tratamento é o mesmo da doença do refluxo gastroesofágico, sendo que nesses pacientes, a indicação do tratamento cirúrgico é preferencial pelo risco de transformação em câncer.
O melhor tratamento na atualidade, quando há indicaçãoo cirúrgica, é pela via laparoscópica associado ou não a cirurgia robótica, conforme o caso, com menos dor pós-operatória, menos tempo de internação hospitalar, retorno mais rápido as atividades cotidianas e menor sangramento intra-operatório.
A cirurgia tem por função impedir o refluxo gastroesofágico e com isso diminuir a exposição do esôfago à acidez gástrica. Diversos trabalhos têm demonstrado a remissão e até o desaparecimento do esôfago de Barrett após o tratamento cirúrgico.