Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

Doença do Refluxo Gastroesofágico, comumente referida como DRGE ou refluxo ácido, é uma condição na qual o coneúdo liquido do estômago regurgita em direção ao esôfago. O liquido pode inflamar ou danificar o tecido que reveste o esôfago na minoria dos pacientes. O liquido refluído geralmente é ácido, mas também pode conter bile que é refluída ao estômago, proveniente do duodeno (primeira porção do intestino delgado que se liga ao estômago).

A DRGE é uma condição crônica, uma vez iniciada se perpetua por toda a vida. A lesão do tecido que reveste o esôfago (esofagite), também é uma condição crônica. Ainda se o esôfago for curado com o tratamento e este for interrompido, a lesão retornará na maioria dos pacientes em poucos meses. Logo, uma vez que o tratamento medicamentoso é iniciado, deverá ser mantido por toda a vida. Algumas situações favorecem a ocorrência da DRGE, como por exemplo, a gravidez e a presença de doenças reumatológicas.

As causas são múltiplas. Entre os fatores relacionados a DRGE, podemos citar a frouxidão da musculatura (esfíncter) presente na transição do esôfago com estômago, contrações da musculatura esofágica não eficientes, mau esvaziamento gástrico e presença de hérnia de hiato.

Os principais sintomas são: queimação na região anterior do peito, azia, regurgitação de alimentos e náuseas. A queixa de sensação de queimação na região anterior do peito deve ser prontamente investigada, afim de se afastar qualquer hipótese de doença de origem cardíaca. Esta queixa é mais freqüente apos as refeições e principalmente quando paciente permanece deitado. A queixa de regurgitação está relacionada a presença de liquido refluído do estômago que às vezes, pode conter também restos alimentares. Já a queixa de náusea não é tão comum, mas quando presente pode ser freqüente e severa, resultando até em vômitos.

As complicações da DRGE ocorrem devido a presença de ácido no esôfago. O ácido causa um dano no tecido que reveste o esôfago, chamado esofagite. Se a lesão for severa e profunda, forma-se então uma úlcera no esôfago. De acordo com a profundidade desta, pode haver lesão de algum vaso sanguineo esofageano, causando sangramento local. As vezes, o sangramento pode ser importante, necessitando de transfusão sanguinea e tratamento endoscópico (procedimento na qual uma fibra ótica é colocada pela boca). Entre as outras complicações, a tosse crônica e a asma são queixas dos pacientes que apresentam regurgitação importante, assim como as infecções pulmonares (pneumonias) de repetição, e em alguns casos, até infecções do ouvido (otites) e rouquidão.

Outra complicação é a formação de áreas de estreitamento no esôfago devido à cura parcial da úlcera, formando áreas de fibrose (cicatrização com endurecimento). Quando este estreitamento é importante, a comida que é mastigada passa com dificuldade pelo esôfago (disfagia) e o tratamento passa a ser endoscópico (a fim de aumentar o diâmetro do esôfago) e cirúrgico (correção DRGE). De todas as complicações, a mais temida é o esôfago de Barrett.

A DRGE geralmente é suspeitada pelas queixas do paciente. De acordo com a idade, doenças associadas e exame físico, pode-se tratar inicialmente com medicamentos que suprimem a secreção ácida do estômago. Se a queixa do paciente diminuir significativamente, o diagnóstico de DRGE é considerado. Este tipo de conduta é chamado teste terapêutico. Porém o método mais comum de se diagnosticar a DRGE é através da endoscopia. Neste procedimento, uma fibra óptica é passada pela boca afim de visualizar o tubo digestivo (esôfago, estômago e duodeno). Em pacientes com DRGE pode-se encontrar esofagite, erosões, úlceras, estreitamentos e esôfago de Barrett. Geralmente quando se encontra alguma lesão suspeita durante a endoscopia, esta é biopsiada e analisada em microscópio.

Outro exame solicitado para avaliar a presença de DRGE é a pHmetria de 24 horas. Este exame é realizado com a colocação de um cateter no esôfago a fim de se avaliar as alterações do pH (refluxo ácido) que condizem com DRGE, durante 24 horas. O exame não é doloroso. O cateter é colocado pelo endoscopista, em ambiente ambolatorial, e o paciente é monitorado em sua atividade cotidiana diária, anotando em uma folha de papel, os seus sintomas durante o dia. De acordo com os valores de pH registrados e as anotações dos sintomas, faz-se uma relação e se confirma ou não o DRGE. É o melhor exame para diagnosticar DRGE.

A manometria esofágica é outro exame solicitado rotineiramente. Neste exame é avaliada a atividade da musculatura esofágica. Assim como a pHmetria, é passado um cateter que é locado no esôfago e que mede, em diferentes porções do órgão, a atividade da musculatura correspondente. É realizado ambulatorialmente e dura cerca de 40 minutos. A partir do resultado do exame, indicam-se diferentes tipos de cirurgia.

Um dos tratamentos mais simples da DRGE se refere a alterações dos hábitos de vida, que incluem hábitos alimentares, posturais e dietéticos. As alterações posturais incluem a elevação da cabeceira da cama ou o uso de um travesseiro alto (colocar um livro grosso embaixo do travesseiro), a fim de dificultar, com auxilio da gravidade, o refluxo gástrico, além de dormir com o corpo o lado esquerdo. Outro hábito importante é dar um intervalo de pelo menos 2 horas entre o horário de jantar e de se deitar, optando por refeições leves. Alguns alimentos estão associados ao refluxo e devem ser evitados, a saber: bebidas cafeinadas, álcool, refrigerantes, tomate, chocolate, menta e alimentos gordurosos. Hábitos como tabagismo devem ser eliminados. Alguns medicamentos utilizados em cardiologia também estão relacionados com DRGE.

O tratamento medicamentoso baseia-se no uso de anti-ácidos (neutralizam acidez gástrica), bloqueadores da produção ácida do estômago e drogas que auxiliam no esvaziamento gástrico. Esses medicamentos geralmente são efetivos no tratamento dos sintomas e das principais complicações. Contudo alguns sintomas e complicações podem não regredir e as doses precisam ser aumentadas progressivamente, sem atingir o efeito desejado. Neste caso, a cirurgia é eficaz no tratamento da DRGE.

Atualmente, o tratamento cirurgico por via laparoscopica e com o auxilio da cirurgia robotica, tem proporcionado maior precisao cirurgica, menor nivel de sangramento, seguranca ao paciente, menor tempo de internacao hospitalar, menor dor pos-operatoria, recuperacao mais rapida das atividades habituais e rotineiras e melhor aspecto estetico.

Clínica Arium
Av. Pacaembu, 1396
Pacaembu, São Paulo - SP
Tel: 11 4040.6240

Hospital Albert Einstein
Av. Albert Einstein, 627
1° Andar, Sala 114, Morumbi, São Paulo, SP
Tel: 11 2151.9275 | 2151.5225 | whatsapp 98876.1834

Especialidades:
Bypass, Câncer de Estômago, Câncer de Pâncreas, Câncer do Fígado, Câncer Intestino, Capella,
Cirurgia Robot, Cirurgia Robótica, Colecistectomia, Sintomas Diverticulite, Hérnia Hiatal, Hérnia Inguinal,
Obesidade Infantil, Obesidade Mórbida, Pedra na Vesícula, Perda de Peso, Perder Peso, Quero Emagrecer,
Refluxo Gastroesofágico, Videolaparoscopia

© 2021 Dr. Vladimir Schraibman. Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por Exiboo